segunda-feira, 26 de setembro de 2011

AMILCAR DE CASTRO




Depois de Lygia Pape ganhar retrospectiva no Reina Sofia, em Madri, Carlito Carvalhosa ocupar o Museu de Arte Moderna (MoMA), de Nova York, uma obra de Adriana Varejão ser vendida por US$ 1,7 milhão num leilão da Christie's em Londres, chegou a hora de a arte brasileira mostrar seu valor em galerias nacionais e internacionais.

28 de outubro, a filial parisiense da Gagosian, a maior rede de galerias de arte do mundo, abriu ao público a exposição "Reinvenção do Moderno", com 50 obras de Amilcar de Castro (1920-2002), Hélio Oiticica (1937-1980), Sergio Camargo (1930-1990), Lygia Clark (1920-1988), Lygia Pape (1927-2004) e Mira Schendel (1919-1988), suíça que viveu por quase 40 anos no Brasil. No espaço de 200 metros quadrados, situado à margem direita do Rio Sena.

"Será uma grande exibição" - comentou meu querido amigo Jean Olivier diretor da Gasosian em Paris, em minha última visita a sua galeria. "Estou muito confiante com essa primeira mostra de arte brasileira. Ela será um sucesso tanto artístico quanto comercial".

O movimento neoconcreto brasileiro foi muito intenso, muito produtivo. Teve identidade e alma. Seus representantes, conseguiram mostrar que a arte não precisava ser linear, que poderia ser cheia de vida e humanidade, mesmo dentro das fronteiras do abstrato.

Influenciado pelo artista Max Bill,  Amilcar de astro realizou suas primeiras esculturas concretas, expostas na 2ª Bienal Internacional de São Paulo, em 1953. Participou de exposições do grupo concretista, no Rio de Janeiro e em São Paulo, em 1956, e assinou o "Manifesto Neoconcreto" em 1959.


É por esse motivo que nos trabalhos de Amilcar de Castro as Formas com origem em traços tão econômicos – uns poucos cortes que determinam estruturas de enorme força – resguardam o ferro de constrangimentos excessivos, que a rebaixariam à condição de mero suporte. Os cortes e as dobras aliviam as peças de parcela do peso e as colocam em comunicação com o espaço.

A atenção rigorosa que Amilcar da ao vigor própria da matéria; a alteração da superfície pela ação do tempo-a ferrugem quase corpórea, uma quase-cor- surge com rara intensidade. Por instantes ao nos deparar com uma escultura, somos de tal maneira invadidos pela espessura das superfícies enferrujadas e a presença vigorosa das pequenas e maciças esculturas que nos sentimos os autores do deslocamento da parte móvel que as constitui.

Levando em conta a importância deste grande artista nosso escritório fez a exposição dialogo entre linhas com cenografia de MB estúdio e curadoria de Eder Chiodetto no qual, Amílcar e Rodrigo, seu filho e grande arista, foram expostos lado a lado lembrando-se do que Fernando Pessoa tão bem dizia: "O valor das coisas não está no tempo que elas duram, mas na intensidade com que elas acontecem. por isso existem momentos inesqueciveis, coisas inexplicaveis e pessoas incomparaveis”.

Beatriz Yunes Guarita e Carla Guarita
Coleções | Escritório de Arte






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